segunda-feira, 26 de novembro de 2012

RECICLAGEM DE PNEUS

 
Desde 1999, as indústrias de pneus brasileiras têm que dar uma destinação ambientalmente correta para os pneus usados, graças à resolução 258 do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Desde então, as empresas são obrigadas a correr atrás para tentar conseguir aproveitar e sistematizar a coleta de pneus.
Na natureza, o passivo ambiental de um pneu é caro. O produto pode demorar muito para se decompor naturalmente. As estimativas chegam a 600 anos até ele virar pó (Fonte: Recicláveis.com). Além disso, quando queimado ao ar livre, o pneu solta uma fedorenta fumaça negra, que obviamente é poluente. No leito dos rios, eles atrapalham o fluxo natural das águas. E jogar pneu fora, em qualquer lugar, depois de recauchutá-lo várias vezes, parece ser uma prática indiscriminada. Apesar de não haver um dado oficial ou sistematicamente pesquisado, as estimativas são de 30 milhões de pneus jogados por ano (Fonte: Akatu). De qualquer modo, somente na limpeza do rio Tietê, entre 2002 e 2006, 120 mil pneus foram encontrados jogados nas águas poluídas do rio paulista (Fonte: Estadão). Aliás, os pneus cheios de água foram considerados os grandes demônios da época da dengue.

Do outro lado, o Brasil é um grande reformador de pneus, só perdendo para os Estados Unidos em termos de faturamento e volume. O setor gera uma receita de R$ 5,6 bilhões ao ano (dados de 2007). São 7,6 milhões pneus reformados para caminhões e ônibus, 8 milhões para automóveis, 2 milhões para motos e 300 mil para veículos agrícolas ou off roads anualmente, num total de 17,9 milhões, segundo a Associação Brasileira do Segmento de
Reforma de Pneus (ABR).


Cerca da metade dos pneus usados é reaproveitada, são os chamados pneus meia-vida.
 Levando em conta o valor de 63 milhões de pneus novos produzidos por ano (Fonte: Anip - Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos), é como se o Brasil conseguisse reformar bem menos da metade, ou 28%, do que é produzido por ano.

Entre as razões para o sucesso da reforma ou recauchutagem, obviamente, está o poder aquisitivo, ou melhor, a falta de poder aquisitivo do brasileiro. Aliás, a reforma de pneus tornou-se um questão política, provocando a conhecida “guerra dos pneus”

Em 1995, a imprensa brasileira começou a noticiar o que foi batizado de a “guerra dos pneus”. A briga, no entanto, já vinha acontecendo sem holofotes desde 1991, quando o governo federal proibiu a importação de produtos usados no Brasil.
A ANIP e os ambientalistas chiaram muito baseados na lógica de que o Brasil tinha que recuperar seus próprios pneus e nao trazer pneus reformados de fora do país, o que causaria uma poluiçao ainda maios, tendo em vista que mais pneus seriam lançados na natureza.

Os capítulos seguintes da guerra foram cheios de vai-e-vem. Em 1994, uma portaria do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) decidiu pôr fim à proibição da importação. Mas as indústrias contestaram na Justiça e conseguiram a abertura. Tanto que em 1999 a empresa BS Colway, considerada a maior fábrica de pneus remoldados do mundo, instala-se no Brasil para usar pneus usados importados da Europa. Em 2003, o governo Lula voltou a proibir a importação a partir do decreto 4.592, mas o Uruguai entrou na briga. O país vizinho começou a receber os produtos importados e, por força dos acordos do Mercosul, conseguiu brechas para levar os pneus para o Brasil. Em 2007 foi decretado de uma vez o fim de todas as liminares que as empresas estrangeiras tinham para trabalhar no Brasil e a importaçao por fim foi vetada!!!
Qual a diferença entre o recapado, o recauchutado e o remoldado?


REMOLDAGEM
Reaproveitar um pneu significa economia e diminuição dos impactos ambientais do seu processo de produção. Segundo a Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR), o sistema de reaproveitamento emprega apenas 25% do material usado em um pneu novo. A associação, no entanto, não tem uma estimativa do gasto energético de um processo como esse. Bom, mas afinal qual a diferença entre os vários pneus reformados? A seguir uma explicação rápida dos vários tipos:  

RECAUCHUTAGEM


Recauchutados – é substituída somente a borracha desgastada da banda de rodagem e dos ombros.

Recapados - substitui-se somente a borracha desgastada da banda de rodagem em contato com o solo. Utilizado exclusivamente aos pneus de transporte de carga (caminhões, ônibus)

RECAPAGEM



Remoldados - substitui toda a banda de rodagem e os flancos, sendo toda a parte externa do pneu revestida com nova camada de borracha. Nessa reforma, as informações do pneu original – tais como: origem, data de fabricação, capacidade de carga, índice de velocidade, nome do fabricante - são eliminadas pela nova camada de borracha.



De qualquer modo, há ainda o chamado pneu inservível, que não pode ser recauchutado ou reformado. Uma destinação para ele é o grande desafio não só no Brasil como no resto do mundo.
É o que vamos falar na nossa próxima postagem onde apresentaremos o artesanato com pneus inservíveis!!!
                                                                                         Postagem Bruno Lo Bianco



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